Que nem limão

Que nem limão

domingo, 24 de abril de 2016

A vida é tão delicada

Era um sábado à noite e nós saímos comer pastel. A pastelaria estava cheia e arrumaram uma mesa bem ao lado de um grupo que comemorava um aniversário. Estavam muito animados e era impossível não participar da animação deles. Quando uma parte do grupo foi embora, os outros continuaram ali, tão felizes, rindo muito. De repente, chegou um senhor e se aproximou da mesa:

- Oi, filha.
- Oi, pai.

Estendendo a mão, ele disse "parabéns". Ela apertou a mão dele e agradeceu. Ele perguntou:

- Quantos anos?
- 18.
- Já?
- Já.

Meio sem jeito, ele se afastou e entrou na pastelaria. Em um movimento automático, a aniversariante e os amigos dela levantaram e foram embora.

Indiscreta, vi quando, minutos depois, ele saiu e olhou pra mesa, que já tinha sido ocupada por outras pessoas, e saiu da pastelaria. Sem nenhum pastel.

Vi ali a tristeza concretizada.
As tragédias humanas são muito delicadas.
A vida é tão delicada.

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