Que nem limão

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sexta-feira, 26 de maio de 2017

O que precisa ter em uma festa de casamento

Eu vou casar. E essa é uma frase que tem rendido uns olhares bem interessantes. Claro que a interpretação é minha, mas o que eu vejo é que as pessoas ficam alegres e surpresas quando o casamento é mencionado por alguma razão. Quando eu decidi casar, eu descobri que todas as pessoas, exceto aquele motorista de Uber, ficam felizes em ouvir falar sobre casamento.

E aí eventualmente elas perguntam: vai ter festa? E eu respondo que sim. E aí as respostas variam desde "que loucura gastar tanto dinheiro em festa de casamento" a "a festa de casamento é a melhor parte de casar". É uma régua bem maluca. 

Eu descobri isso desde as primeiras reuniões que fiz com os tais fornecedores. E eu descobri que o que os fornecedores mais fornecem é angústia. E eles não fazem por mal, mas porque a é a função deles é garantir que nada falte. Mas faltará sempre, né?

Por isso eu saí arrasada da primeira reunião: eu não sabia responder a nenhuma das perguntas. Eu sabia qual lugar gostaríamos de fazer a festa, mas eu não sabia sobre a decoração, som e iluminação, buffet, gerador, aluguel de cadeiras, DJ ou banda, e mais uma quantidade imensa de coisas que eram questionadas enquanto me chamavam de noiva. Aliás, preciso dizer sobre a birra que eu tenho com essa palavra. Me faz pensar aquelas pessoas que ficam noivas durante doze anos. Sigo chamando o Wyllian de namorado. E fui corrigida algumas vezes nas reuniões quando eu dizia namorado. 

Ele aliás foi quem garantiu minha sanidade. Eu fiquei tão angustiada com as coisas que eu não sabia sobre nosso casamento que uma intervenção dele foi superimportante: "Angela, do jeito que você tá ansiosa, ou a gente adianta esse casamento para daqui a dois meses ou a gente vai ter que entrar com medicação".

Não adiantamos o casamento e não entramos com medicação. Apenas foi necessário parar de olhar pra essa régua do que precisa ter em uma festa de casamento. Uma coisa interessante que eu descobri nesse meio é que quando alguém te pergunta alguma coisa, é bom que haja a resposta certa. A pergunta, portanto, pressupõe que você responda o que se espera. Exemplos:

Alguma coisa diferente para convidar os padrinhos, algo que não seja: a gente queria ter vocês como padrinhos.

Uma sessão de fotografias antes do casamento.

Daminhas e daminhos. 

Dia da noiva.

Vejam, eu não estou julgando essas coisas erradas. Eu estou dizendo que essas coisas não são importantes para mim. E eu sempre ouço que a festa do casamento tem que ter a cara dos noivos. Se tiver a nossa cara, vai ter mesa redonda tratando sobre feminismo e psicanálise e memes do futementales por toda parte. Ou seja, dizer que a festa tem que ter a nossa cara é uma baita falácia.

Sabem o que foi o diferencial na escolha da assessoria do casamento? Escolhi a pessoa que me disse que sempre que eu precisasse eu poderia falar com ela. Quando EU precisasse.  

Faltam quatro meses para o casamento. O tempo está passando rápido e eu quero que essa festa seja linda. O que eu não aceito é que ela seja resultado de um monte de imperativos sobre o que precisa ter em uma festa de casamento.

Porque eu já sei o que precisa ter: o desejo de fazer uma festa e a possibilidade de realizar esse desejo conforme o bolso permite. 

No mais, é cagação de regra.


Um comentário:

  1. "eu sempre ouço que a festa do casamento tem que ter a cara dos noivos. Se tiver a nossa cara, vai ter mesa redonda tratando sobre feminismo e psicanálise e memes do futementales por toda parte" - ME CONVIDA PRA ESSE CASAMENTO POR FAVOR!!

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