Que nem limão

Que nem limão

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A mudança

Mudei de blog.

O outro continua existindo porque nunca vi razões para apagar nenhum pedacinho de mim, mas não mecho mais lá. Prefiro deixar guardado para poder olhar e pensar com saudades de quem eu fui. 

A razão de uma nova criação foi uma conclusão das mais óbvias e das menos brilhantes: não fazia mais sentido.

Faz tempo que eu sei disso, mas sofro do mal do apego e, para mim, sempre foi difícil deixar as coisas irem embora, mesmo as que não fazem mais sentido ou as que nunca fizeram. Houve tempo em que chamei isso de persistência, hoje o nome que dou é menos lisonjeiro: é burrice mesmo! Mas vamos chamar de imaturidade, ingenuidade, inocência. Assim, todo mundo fica confortável e diz que quando a gente cresce percebe que algumas coisas não importavam tanto.

Faz então um tempo desde que eu sei que mudei. Há coisas que permanecem as mesmas. Continuo uma otimista, mas mudei um pouco de ideia em relação a história do "tem que ser", que eu peguei emprestado de um livro que fez muito a minha cabeça no começo dos meus vintes anos. Era "A insustentável leveza do ser". É que eu achava a tragicidade do amor da Tereza e do Tomás uma coisa muito bonita. E é. Mas venho buscando o menos trágico, o menos doloroso, o menos sofrido. 

Passei a assumir, de um jeito muito sincero, quem eu sou, meus desagrados e meus azedumes. Por falar neles, acho que a principal mudança diz respeito a hoje o adjetivo "azeda" não me ofender nem um pouco. Eu sou azeda sim. Mas isso não é ruim, caso contrário, penso que estaria só.

Quando eu digo só, eu não quero dizer que a solidão é ruim. Ao contrário, eu abraço a minha sempre que percebo que é necessário. Sou azeda. Tem dias que sou bastante e é por causa disso que eu gosto de ficar sozinha. Eu me aguento, mas as tem horas que as pessoas precisam ser poupadas de mim. Limão é muito bom, mas quando se coloca demais, não tem como comer. E queima. E eu não gosto de queimar.

Precisaria, então, ser na medida certa. O problema é que  não sou uma moralista pregadora do equilíbrio. A vida se faz o tempo todo no desequilíbrio, na medida que excedeu, no leite que derramou por cima e faz a gente ter que limpar tudo em volta. Mas como não posso prometer ser só um pouco de mim, é isso. Espero não arder demais.

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